“Como ousa fazer/dizer/ser isso? Quem você pensa que é?” Você já escutou ou tem escutado isso nos seus diálogos internos e externos? A escolha da palavra-chave de agosto nasce desse meu questionamento interno constante, talvez uma das vozes mais altas da minha autocrítica…
Ousadia: geralmente aprendemos essa palavra no sentido negativo, ligada a uma malcriação, um atrevimento impulsivo, atitude irrefletida e sem medo… Escolher a ousadia como uma das *6 propostas para Incipit 2018* foi a oportunidade que encontrei para olhar nos olhos do meu crítico interno e experimentar outros matizes dessa palavra.
Talvez a fase da vida em que mais tenhamos ousado tenha sido a infância. Na fase de descoberta de si e do mundo ainda não estamos tolhidos pelos contornos do que é considerado adequado e aceito socialmente. Questionamos tudo, arriscamos, não nos apegamos tanto à ideia de quem somos. Quando adultos, já encontramos maneiras de nos encaixar, ponderamos mais do que agimos e já tivemos tempo de achar que somos de determinada forma de tanto que alguém nos disse ou de tanto que acreditamos em algo. Ao longo da vida, criarmos ficções de nós mesmos, o que pode ser ótimo para a memória e para alimentar nosso senso de pertencimento, porém, algumas histórias que contamos para nós mesmos podem criar gaiolas, desculpas que nos impedem de agir diferente ou, pior, nos impedem de apreciar o que não está no nosso “controle” imaginário.
A ousadia para mim é mais do que ter coragem de ser imperfeito. É conseguir apreciar a imperfeição, dizer “sim” ao que acontece e ter a capacidade de amar isso – o amor fati de que falaNietzsche (“Não querer nada de outro modo, nem para diante nem para trás, nem em toda eternidade.“) Para alguém como eu que aprendeu a ter disciplina, foco e planejar cada passo, esta é sem dúvida uma grande lição diária.
Quem penso que sou? Hoje, alguém em processo: de reaprendizagem de um olhar infantil, que tinha a coragem de encarar o desconforto e a vulnerabilidade, e ao mesmo tempo de desaprendizagem de quem pensava que era para amar quem sou hoje, com os erros e os acertos do que acontece na jornada.
Se você quer se atrever a se mostrar, desapegar das histórias improdutivas que você conta sobre si e dar as caras no palco da sua vida, mas não sabe por onde começar, vamos conversar! Os processos de coaching, oficinas e mentorias da Incipit Hub talvez possam te ajudar!
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