Este ano estamos aprendendo na pele o poder de transformação que o contexto pode mobilizar e o quanto ele pode nos tirar do eixo. Nos últimos 50 dias, nossas rotinas e fazeres foram profundamente afetados. Nós também. Já estávamos antes, mas agora atentamos para a nuvem em que estamos imersos. Nuvem de incertezas, medos, desejos e possibilidades – nuvem de virtuais. Nela está a centralidade do nosso fazer.

Qual o indício-chave de que um projeto ou negócio é autoral? – é uma das perguntas que me espreitam quando estou criando ou facilitando processos de criação. Dizer que é autoral quando estamos dando existência a algo que é uma expressão de quem somos é uma resposta rápida e simples, mas incompleta e pouco prática. São vários os sinais de que a autoralidade está se manifestando: a percepção de se ver refletida/o no que está sendo criado, a identificação de contornos do próprio processo criativo, a sensação de que algo “destravou” em si, o aumento da fertilidade de ideias e ligações de pontos entre elas e até atos mais tangíveis de nomear e descrever essas ideias ou fazeres.

Na prática, a chave-mestra que percebo destravando as vozes autorais (incluindo a minha) é a clareza da CENTRALIDADE. E centralidade, pra mim, não é essência de si, nem propósito, nem objetivo, nem primeiro passo, é um encontro com o que é central e (e reconhecimento do que periférico) no próprio viver e fazer. E isso acontece na prática, elaboração e experimentação da nossa autoralidade.

💌 CENTRALIDADE é o tema da carta de abril da série “Cartas para Destravar sua Voz Autoral”. Para recebê-la amanhã cedo, basta cadastrar o e-mail em bit.ly/NewsIncipitHub